Povo baiano comemora data que marca Independência do Brasil na Bahia.
Casas enfeitadas, crianças fantasiadas e homenagens aos símbolos da independência do Brasil na Bahia: no dia 2 de julho, o bairro da Lapinha, em Salvador, se transforma em um verdadeira festa. Nesta quarta-feira (2), milhares de baianos foram às ruas para comemorar a expulsão definitiva dos portugueses em solo brasileiro, que aconteceu no estado.
Apesar do famoso grito de “independência ou morte” as margens do rio Ipiranga, em 7 de setembro de 1823, foi só nove meses depois que o último baluarte português foi expulso do Brasil. Há 202 anos, o povo baiano lutou contra os lusitanos em Salvador e no recôncavo do estado.
O dia é, como de costume, marcado pelo desfile do Caboclo e da Cabocla, símbolos históricos que representam a luta popular – feita por indígenas, negros e mestiços, que enfrentaram as tropas portuguesas na fronte de batalha.
Em entrevista ao g1, José Dirson Argolo, restaurador de obras de arte e professor aposentado da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), contou que restaura o Caboclo e a Cabocla, a carruagem e outros monumentos ligados à Independência do Brasil na Bahia desde 1997.
“Eu faço com profissionalismo e quase como um dever cívico, sendo baiano e cidadão de Salvador. Eu vejo que a preservação desses dois ícones da Independência da Bahia são extremamente importantes para a nossa memória e história. É sempre comovente participar do desfile e ver a alegria do povo baiano e a imensa devoção ao Caboco e à Cabocla”, destacou o restaurador.
No bairro do Santo Antônio Além do Carmo, que faz parte do cortejo das celebrações do 2 de Julho, a casa de Clélia Santana Leite vira um verdadeiro cenário da Independência do Brasil na Bahia.
Ela e outros familiares homenageiam Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, consideradas heroínas na luta da independência, além dos caboclos, símbolos de liberdade.

Mulher e crianças homenageiam Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, consideradas heroínas na luta pela Independência do Brasil na Bahia — Foto: Malu Vieira/g1
“Há 35 anos nós homenageamos a Independência da Bahia, com personagens importantes. Minha mãe faz aniversário hoje e completa 85 anos. Para toda a família, é um orgulho imenso, porque além de participar da Independência, trazendo toda a história, a gente tem a felicidade de ter a presença de uma guerreira, que nos criou e nos mostrou, que, ser mulher é ser, principalmente, guerreira”, relatou Clélia.
Em coletiva de imprensa, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) falou que participa das celebrações do 2 de Julho desde a infância, quando era integrante de fanfarras nas apresentações.
“Fui crescendo e, cada vez mais, me consolidando como um cidadão que tem consciência do que é o 2 de Julho. Agora, como governador, forçar para que a gente possa garantir o cumprimento do currículo, com livros didáticos e a capacitação de professores para explicar para crianças, adolescentes e jovens o significado dessa data”, falou o governador.
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que o 2 de Julho retrata a essência do povo baiano.
“Essa data representa nossa história, o nosso modo de ser, o povo autônomo, independente, que de forma soberana não se curva diante das dificuldades. A Independência da Bahia inspira a gente para enfrentar os obstáculos do dia a dia e enfrentar os desafios”, afirmou o gestor municipal.
Fonte:g1.globo.com/ba
Milhares de baianos vão às ruas e celebram 2 de Julho em Salvador — Foto: Malu Vieira/g1