Dados do Censo foram divulgados nesta sexta-feira (17). Índices de alfabetização melhoraram no país em relação à última edição do estudo, de 2010, mas disparidades regionais, raciais e etárias persistem. Entre os indígenas, por exemplo, a parcela de analfabetos é quatro vezes maior que entre os brancos, mostra IBGE.
No Brasil, 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever uma carta simples – o equivalente a 7% da população nessa faixa etária. Ainda que o problema tenha sido atenuado nas últimas décadas [veja mais abaixo], o Nordeste continua sendo a região com o índice de analfabetismo mais alto do país: 14,2%, o dobro da média nacional.
Os dados, coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo Demográfico 2022, foram divulgados nesta sexta-feira (17).
➡️Em comparação à última edição da pesquisa, de 2010, houve relativa melhora: um salto de 80,9% de alfabetizados no Nordeste para 85,79%.
➡️A disparidade regional, no entanto, continua acentuada: o Sul, com o melhor índice do país, chegou ao patamar de 96,6% de moradores que sabem ler e escrever.
Além dessa desigualdade geográfica, há também diferenças gritantes dependendo:
da raça – As taxas de analfabetismo de indígenas (16,1%), pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são bem mais altas do que de brancos (4,3%).
da idade – O índice nacional é menor entre os jovens de 15 a 19 anos (1,5%) e maior entre os idosos com mais de 65 anos (20,3%).
No Brasil, 50 municípios têm índices de analfabetismo iguais ou superiores a 30%— 48 dessas cidades estão no Nordeste. As únicas exceções do grupo são Alto Alegre e Amajari, em Roraima, no Norte.
10 maiores índices de analfabetismo do país (entre pessoas com 15 anos ou mais)
Município Índice de analfabetismo (%)
Alto Alegre (RR) 36,81
Floresta do Piauí (PI) 34,68
Aroeiras do Itaim (PI) 34,63
Massapê do Piauí (PI) 34,3
Paquetá (PI) 34,28
Estrela de Alagoas (AL) 34,2
Padre Marcos (PI) 34,01
São Domingos (PB) 33,77
Alagoinha do Piauí (PI) 33,61
Vieirópolis (PB) 32,9
Fonte:g1.globo.com/ba