Investigadores contabilizam prejuízo de pelo menos R$ 35 milhões ao Fisco
Empresários do ramo de farmácias estão sendo investigados por sonegação de impostos na Bahia. Eles são suspeitos de usar funcionários e familiares como ‘laranjas’ para abrir empresas e aplicar o golpe. As autoridades identificaram R$ 35 milhões em prejuízo ao Fisco, mas frisaram que esse valor pode ser maior. Isso também porque o grupo alvo da operação tem negócios em operação nesse momento com débitos de outros R$ 20 milhões. Nesta quinta-feira (15) foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, em Salvador e Feira de Santana.
Os investigadores explicaram o modus operandi usado pelos criminosos: primeiro, eles registravam uma empresa e, depois, operavam sem pagar os impostos. Quando a dívida estava alta o suficiente para atrair a atenção das autoridades fiscalizadoras, encerravam a empresa, sem pagar a dívida, e abriam outro negócio em nome de outra pessoa, muitas vezes, funcionando no mesmo local.
A polícia está apurando se os ‘laranjas’ tinham conhecimento do crime, ou se eles tiveram as identidades usadas sem autorização. O integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal do Ministério Público Estadual (Gaesf), promotor Cláudio Jenner, contou que foram identificados 11 envolvidos no esquema, mas frisou que esse número pode crescer.
“Os ‘laranjas’ são muitas vezes funcionários que são colocados na sociedade ou até familiares que não têm poder econômico para gerir a empresa, e daí vai acontecendo essa sucessão societária de forma a fraudar o Fisco. Obviamente, o dinheiro arrecadado e não pago ao Estado vai se transformar em bens para os envolvidos, o que configura lavagem de capital”, explicou o promotor.
Os 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereções residenciais e jurídicos, sendo 11 deles no município de Feira de Santana e um (1) em Salvador. A investigação identificou seis empresas suspeitas de envolvimento no esquema, algumas delas já fechadas, e os nomes de empresas e envolvidos não foram divulgados.
O grupo tem negócios em operação nesse momento com débitos de R$ 20 milhões, além dos R$ 35 milhões identificados naqueles que já foram encerrados. A polícia ainda não sabe há quanto tempo os criminosos agiam, mas os empresários atuam em toda a Bahia, e existe a suspeita de ramificação em outros estados. Como a investigação é sobre um ramo de medicamentos e bulas, a Operação foi batizada de Bulário.
A delegada Márcia Pereira, da Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), contou que os mandados foram cumpridos sem problemas. “Foram apreendidos documentos e eletrônicos. Os eletrônicos serão encaminhados para a perícia, e nos documentos serão feitas análises criminais. Não houve resistência no cumprimento dos mandados”, afirmou.
Fonte:www.correio24horas.com.br