Apesar do episódio, pessedista negou qualquer crise entre o partido e o governo federal
O senador Otto Alencar (PSD), presidente estadual da sigla na Bahia, minimizou os votos de cinco deputados federais baianos do PSD a favor da urgência de um projeto que derruba o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), instituído por decreto do governo Lula (PT). A votação ocorreu no dia 16 de junho na Câmara dos Deputados.
“Aqui na Bahia, os deputados optaram, pelo menos do PSD, de não votar [com o governo na questão do IOF]. É um direito o deputado votar ou não votar. Isso é um caso separado”, afirmou Otto em entrevista ao bahia.ba. “O PSD, na Câmara e no Senado, é o partido que mais votou projetos do governo federal do presidente Lula. Eu aprovei várias matérias de interesse do governo. Isso é um caso isolado, que não significa ruptura com o governo federal.”
Os deputados do PSD baiano que votaram a favor da urgência da proposta que derruba o aumento do IOF foram Diego Coronel, Gabriel Nunes, Otto Alencar Filho, Paulo Magalhães e Charles Fernandes.
Otto ressaltou que o partido mantém forte presença na Esplanada, com três ministérios, Minas e Energia (Alexandre Silveira), Agricultura (Carlos Fávaro) e Pesca (André de Paula). “As pessoas pensam que, porque apoiam o governo, precisam votar sempre com o governo. Pode discordar perfeitamente, como eu já discordei em algumas oportunidades. Isso é do parlamento. O parlamento é uma decisão coletiva por maioria, e se vota com liberdade”, completou.
O Senado, a votação que tratou do tema foi simbólica, ou seja, sem manifestação nominal dos parlamentares. Toda a bancada do PT e o senador Weverton (PDT-MA) registraram que foram contra a proposta. Otto não se manifestou oficialmente, mas explicou o motivo: “Na verdade, a posição majoritária do Congresso foi derrubar [o decreto]. A minha não era derrubar, mas nós éramos minoria, eu e Wagner. Então, não tivemos direito nem de levar para a CCJ. Quando o Wagner abordou o presidente Davi [Alcolumbre] com o requerimento para levar o caso do IOF para a CCJ, ele negou. Aí já era uma coisa que não tinha mais jeito.”
Apesar do episódio, Otto negou qualquer crise entre o PSD baiano e o governo federal. Ele também comentou rumores de que teria evitado participar dos festejos do 2 de Julho por causa de um suposto desgaste com o Planalto. “Ficaram dizendo que eu não podia vir para o 2 de Julho. Eu estava relatando e tentando aprovar um projeto do STJ que um grande amigo meu me pediu, e eu não pude vir com o Lula na hora. Aqui tudo vira elucubrações simplistas”, rebateu.
Fonte:bahia.ba