Dados levantados pelo g1 correspondem ao ano de 2022. Este é o quarto ano seguido que o estado lidera o ranking de mortes no Brasil.
A Bahia foi o estado que mais registrou mortes violentas em 2022, em todo o Brasil, pelo 4º ano seguido. Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (1º).
Ao todo foram contabilizadas 5.124 mortes violentas no estado baiano no último ano, levando em consideração feminicídios (quando as vítimas são mortas na condição de mulheres), homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte.
Os dados apontam uma média de 427 assassinatos por mês. Todas as 5.124 mortes violentas na Bahia representam uma fatia de 12,5% de todos os casos no Brasil: 40.804. Se comparado com 2021, quando 5.099 mortes violentas foram registradas em solo baiano, o acréscimo foi de 0,5%.
Ao analisar a quantidade de habitantes do estado no mesmo ano, um total de 14.985.284 pessoas, a Bahia contabilizou 34,4 mortes violentas por cada grupo de 100 mil habitantes. Também é possível observar que a cada 2.923 pessoas na Bahia, uma foi assassinada.No dia 24 de fevereiro, o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos divulgou um relatório que contabilizou 8.006 civis foram mortos em um ano de guerra na Ucrânia: uma morte a cada 5.469 pessoas, levando em consideração que o país tem 43,79 milhões de habitantes.
O mês com menos feminicídios registrados foi março de 2022, quando três mulheres foram assassinadas no contexto de violência doméstica, na Bahia. Uma dessas vítimas, Edilena de Jesus Dantas, foi morta aos 40 anos, pelo ex-companheiro, na cidade de Ilhéus.
O nome deste homem não foi divulgado pela Polícia Civil por causa da Lei de Abuso de Autoridade. Além de matar Edilena a tiros, ele também tentou assassinar a então atual companheira, uma jovem de 29 anos. Detido pela população, ele quase foi linchado e autuado em flagrante.
Agosto, outubro e dezembro foram os meses com maior contabilização de feminicídios. Um dos crimes, inclusive, foi cometido por um agente da Segurança Pública: um policial militar. Greice Kelly Rocha Soares foi morta com tamanha brutalidade, que além de oito tiros também foi esfaqueada.
A jovem de 25 anos estava no salão de beleza onde trabalhava havia menos de dois meses. Ela tentava recomeçar a vida depois de ter sido esfaqueada pelo mesmo policial militar, com quem teve um relacionamento abusivo. O nome dele, que acabou preso em flagrante, nunca foi divulgado, nem mesmo pela corporação.
Fonte:g1.globo.com/ ba
Foto: Arquivo / g1