O Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou o porte de maconha para o consumo pessoal e definiu o limite de 40 gramas como critério para diferenciar o usuário da droga do traficante. Como já foi constatado, em muitos países, não se obtém a redução da toxicodependência, liberando o seu consumo. Libera-se e, consequentemente, consome-se mais.
AS DROGAS não são apenas um problema e um desafio do indivíduo que as consome, ou da família do dependente, mas também, da sociedade. O que preocupa é ver crianças e jovens, sempre em maior número, dependentes químicos. Diante desse desafio, muitas famílias assumem a “política da avestruz”, ou seja, não admitem que o problema das drogas possa atingir seu lar. E, como não admitem, nada fazem.
OUTRO grande desafio são os contrabandistas e traficantes de drogas. “Eles são traficantes de morte. São movidos pela lógica do poder e do dinheiro. Causam um grande mal a jovens, adultos e famílias. São assassinos! São criminosos! Esse flagelo, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a sociedade. A dignidade humana não pode ser espezinhada dessa maneira. Não podemos ficar indiferentes”! (Papa Francisco).
A DEPENDÊNCIA química pode ser tratada. É possível abandonar o inferno das drogas e voltar ao paraíso da família e da sociedade. Para isso, existem as Comunidades Terapêuticas. Mas, qual é o primeiro e mais importante passo? Reconhecer a necessidade de ajuda e, consequentemente, aceitar ingressar numa dessas comunidades que são ambientes adequados para a recuperação de dependentes químicos.
“PREVENIR, é melhor do que remediar”, ensinavam nossos avós. Investir na prevenção é sempre o melhor caminho. Por isso, é necessário preparar pessoas que desejam trabalhar na prevenção e no atendimento de dependentes químicos. É também, indispensável acompanhar as famílias, de envolvidos com drogas, e prepará-las para que possam facilitar a reinserção social do familiar que termina o tempo de recuperação.
DEUS nunca se cansa de recuperar seus filhos e filhas. Ele sempre oferece novos caminhos para que possam redescobrir a alegria de viver. Recordemos a parábola do filho pródigo. O pai, ao acolher seu filho de volta com o abraço e o beijo, lhe dá a oportunidade de reencontrar a vida que um dia perdera: “O filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado” (Lc 15,32).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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