Em 28 de julho, celebra-se o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, uma data que ganha ainda mais relevância com a Campanha Julho Amarelo, dedicada à conscientização sobre essas doenças silenciosas e perigosas. Segundo a hepatologista Karina Maia, médica credenciada à rede União Médica, o diagnóstico precoce é fundamental: “Quanto mais cedo detectamos a hepatite, menores as chances de o fígado já estar comprometido por fibrose ou outras sequelas, o que aumenta a eficácia do tratamento.”
As hepatites virais podem ser assintomáticas, especialmente na fase aguda. “A maioria das pessoas não apresenta icterícia, o olho amarelo que chama atenção para o diagnóstico. Apenas 20 a 30% dos pacientes têm esse sintoma. Na maioria dos casos, os sintomas são inespecíficos, como febre, dor de cabeça e dores no corpo, dificultando o diagnóstico,” explica a hepatologista.
A hepatite A, transmitida principalmente por via fecal-oral, é autolimitada e não cronifica. “O sistema imunológico consegue eliminar o vírus da hepatite A em 100% dos casos,” diz a hepatologista. A hepatite B, por outro lado, tem uma taxa de cronificação de 5 a 10%. “A maioria das pessoas elimina o vírus, mas uma parcela se torna portadora crônica,” continua Karina. Já a hepatite C é a mais preocupante, com 80 a 90% dos casos se tornando crônicos. “Quando o indivíduo não elimina o vírus espontaneamente, ele se torna portador crônico, correndo o risco de evoluir para cirrose ou câncer de fígado,” alerta.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 800 mil pessoas vivem com hepatite B, e 700 mil com hepatite C. A detecção precoce dessas doenças é essencial, pois as hepatites crônicas são frequentemente assintomáticas. “A maioria dos pacientes descobre a infecção por acaso, durante exames de rotina ou triagens em bancos de sangue,” destaca.
As formas de transmissão variam entre os tipos de hepatite. “A hepatite A é transmitida por água ou alimentos contaminados, e a prevenção inclui saneamento básico, higiene e vacinação,” esclarece Maia. A hepatite B é principalmente transmitida por via sexual e contato com sangue contaminado. “A prevenção inclui vacinação, uso de preservativos e não compartilhamento de materiais perfurocortantes,” acrescenta. Já a hepatite C é transmitida pelo contato com sangue contaminado. “Grupos de risco incluem usuários de drogas injetáveis, pessoas que receberam transfusões antes de 1992 e aqueles que compartilham materiais de manicure não esterilizados,” explica a médica. Atualmente, não há vacina para a hepatite C, tornando a prevenção ainda mais necessária.
Segundo a médica, o tratamento varia conforme o tipo de hepatite. “Para a hepatite A, não há tratamento específico, pois ela não cronifica,” diz Maia. “A hepatite B crônica pode ser controlada com antivirais, prevenindo complicações, mas não há cura. Já a hepatite C tem tratamento com antivirais que oferecem mais de 95% de chance de cura,” comemora.
Os testes rápidos para diagnóstico estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde do Brasil. “Eles são uma ferramenta essencial para a detecção precoce e o início imediato do tratamento,” enfatiza Maia. A confirmação do diagnóstico é feita por meio de sorologia, com coleta de sangue e testes específicos.
A Campanha Julho Amarelo é uma oportunidade de aumentar a conscientização e promover a prevenção contra as hepatites virais. Como ressalta a hepatologista Karina Maia: “Informação e prevenção são nossas melhores armas contra essas doenças silenciosas.” A população é incentivada a realizar os testes, seguir as medidas preventivas e, quando necessário, buscar o tratamento adequado.
Fonte: Assessoria da União Médica