É no inverno, período em que estamos mais expostos ao frio e também mais aglomerados, que os casos de inflamações e infecções no ouvido, como a otite média, aumentam em média 70 por cento. Um número bastante expressivo e que precisa receber atenção, principalmente das pessoas idosas e das mamães e papais de crianças que, nessa época, são bastante atingidas pela doença. De acordo com o cirurgião otorrinolaringologista, Dr. Sandro Torres, é preciso alguns cuidados nesta época para, ao menos, tentar prevenir as infecções e inflamações.
É importante lembrar que o frio pode atingir qualquer parte da via aérea, não apenas a garganta ou nariz, como é comum muitos pensarem. Os ouvidos também sofrem com as baixas temperaturas. O que acontece, segundo o especialista, é que o frio leva a uma contração dos vasos e a uma diminuição de irrigação dos órgãos, diminuindo a defesa desses lugares temporariamente, facilitando a ação de vírus e bactérias. “Além disso, quando estamos em clima frio, ficamos mais agrupados, o que favorece a troca de partículas e a disseminação de vírus e bactérias é muito maior. Sem falar, nas roupas há muito guardadas que, muitas vezes, estão cheias de ácaros e fungos e favorecem também ao desenvolvimento de quadros irritativos ou inflamatórios”, esclareceu Dr. Sandro Torres, acrescentando que o frio, de forma direta ou indiretamente, pode favorecer ao desenvolvimento de renites, sinusites, faringites, amidalites e otites.
São dois os tipos de otites: a externa, mais comum no verão, trata-se da infecção da pele do ouvido externo, por conta do calor, dos banhos de piscina, suor e outras atividades aquáticas; e a otite média, esta que incomoda tanto nesse período frio, principalmente às crianças, uma vez que traz muita dor. A otite média é causada pela inflamação da mucosa respiratória que vai para o ouvido. “Geralmente, as otites médias acontecem após um quadro gripal do paciente. Pode ser até uma gripe leve. Os sintomas podem ser uma sensação de ouvido pesado, ou tapado. A pessoa começa a sentir uma dor que chega a ser insuportável”, explicou o otorrinolaringologista. A dor intensa, inclusive, pode ou não vir acompanhada de febre.
“Geralmente, na criança, essa dor é acompanhada de um quadro febril. No adulto, pode ou não apresentar o quadro febril” alertou o médico especialista, alertando para os riscos de possível perfuração do tímpano caso o problema não seja tratado a tempo. “É preciso ficar alerta para possível secreção que às vezes vai sair do ouvido, a dor cessa, a pessoa fica com a sensação de ouvido tapado podendo perdurar por muito tempo ou não. Isso vai depender do tratamento precoce dado à doença. Quanto antes procurar o especialista, mais chance de resolver o problema com êxito”, frisou.
É importante ressaltar que menos de 1% dos casos de pacientes com otite média evoluem para alguma complicação. Praticamente todo tratamento é clínico por meio de anti-inflamatório, antibiótico e é sempre necessário lembrar que o uso de medicamentos ou substâncias aplicadas diretamente no ouvido só deve ser feito com orientação médica.
De acordo com Dr. Sandro Torres, existem algumas maneiras de prevenirmos a otite média. Uma delas é evitar os choques térmicos de forma abrupta, “pois isso provoca uma contração muito rápida dos vasos sanguíneos, o que pode levar a uma diminuição da defesa local de forma mais intensa; além disso, é importante evitar aglomeração, quanto maior o tempo entre muitas pessoas, maior o risco de contaminação; se vai estar em meio a muita gente, usar máscara; isso, para prevenir as infecções. Caso tenha contraído a infecção, buscar uma unidade de saúde o mais precocemente possível”, orientou o otorrinolaringologista Dr. Sandro Torres.
Por Adriana Matos AMA Comunicação Integrada
