Atacante rubro-negro pegou 12 jogos de gancho no STJD
Bruno Henrique foi julgado e punido pelo STJD nesta quinta-feira, por forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores em 2023. O atacante foi suspenso por 12 jogos e multado em R$ 60 mil. Michel Assef Filho, advogado do Flamengo que representou o jogador, anunciou que o clube vai recorrer da decisão ao Pleno do tribunal.
— O julgamento teve duas fases, primeiro a questão preliminar, que foi arguída a prescrição que no entendimento da defesa é irremediável. Esse processo não deveria nem ter sido julgado, isso vai ser enfrentado em grau de recurso. E também em relação ao mérito, o Flamengo obviamente respeita a decisão da justiça deportiva e vai recorrer dela. Eu acho que o mesmo argumento que foi utilizado para entender pelo afastamento do artigo 243, de que isso foi uma orientação tática, ou seja, era esperado do Bruno Henrique que levasse um terceiro cartão amarelo, é o mesmo argumento que teve que ser utilizado para entender que isso não é uma atitude antidesportiva, antiética, porque se faz parte da regra do jogo, você pode utilizá-la a seu favor. Como você pode dizer que ela é uma atitude ilegal no ponto de vista de chegar a condenar um atleta por causa disso?
— Então, o que restaria é tão somente, quando muito, uma suposta informação privilegiada que o Flamengo entende que não houve, já que qualquer conhecedor mediano de futebol e de aposta entenderia que Bruno Henrique forçaria esse terceiro cartão. O Flamengo entende que ele deveria ser absolvido, o processo não deveria ter existido por conta da prescrição. E, quando muito, uma aplicação da pena, assim como foi o voto divergente, no artigo 191, inciso terceiro, por uma possível informação privilegiada, que o Flamengo também discorda, mas se curvaria pelo menos a esse entendimento. (…) Eu acho que os argumentos que foram trazidos aqui (no julgamento) foram positivos sim, poderíamos ter compreensões mais complicadas. E eu entendo inclusive que o que foi trazido aqui nos favorece na discussão no Pleno.
O julgamento em segunda instância é o último na esfera esportiva dentro do país. Caso a decisão se mantenha no Pleno do STJD, as partes ainda podem recorrer ao CAS, que é o tribunal da Fifa.
Enquanto o recurso não é julgado, o Flamengo vai pedir o efeito suspensivo. A lei indica que, a partir de dois jogos de suspensão, a possibilidade de pedir o efeito suspensivo é garantida. Nesse caso, pela gravidade do tema, pode haver uma decisão contrária, mas a tendência é de obtenção. Assef se mostrou otimista:
— Quando a lavratura do acórdão chegar às nossas mãos, vamos imediatamente recorrer e pedir o efeito suspensivo. Caso tivesse uma urgência, que não há em razão da Data Fifa agora, mas se tivesse uma urgência o Flamengo já pediria o efeito suspensivo desde já. Mas não é o caso, dá para guardar o acordo. A Justiça desportiva sempre demonstrou que em casos como esse é recomendável a concessão do efeito suspensivo, ainda mais com o voto divergente como houve, tanto na questão da prescrição quanto na questão de mérito.
A punição de Bruno Henrique não o impede de frequentar as instalações do clube ou de treinar com os companheiros, como foi a suspensão de Gabigol no ano passado por entrar nas regras de doping.
Fonte:ge.globo.com
Bruno Henrique em julgamento no STJD — Foto: Reprodução