Artista falou sobre assunto em coletiva de imprensa realizada antes da apresentação da cantora no Festival Virada Salvador, que aconteceu na Arena O Canto da Cidade, na orla da Boca do Rio.
A cantora Claudia Leitte se manifestou, na madrugada desta segunda-feira (30), após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurar um inquérito para apurar um possível ato de racismo religioso cometido pela artista. A investigação acontece após a cantora trocar o nome de um orixá em uma música, durante uma apresentação em Salvador.
“Eu acho que esse assunto é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial”, afirmou.
A afirmação foi feita em coletiva de imprensa realizada antes da apresentação da cantora no Festival Virada Salvador, que aconteceu na Arena O Canto da Cidade, na orla da Boca do Rio. A artista não cantou a música “caranguejo, alvo da polêmica, durante o show.
“Eu prezo muito pelo respeito, pela solidariedade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado ao tribunal da internet. É isso”, concluiu.
O MP abriu o inquérito para apurar a situação, que aconteceu durante o primeiro show de ensaio de verão da artista no Candyall Guetho Square, também em Salvador, onde fica a sede da Timbalada – banda criada por Carlinhos Brown.
Em vídeos que viralizaram na web, a cantora aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico) ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”, como já fez em outros shows pelo Brasil desde 2014, mesmo período em que se converteu evangélica.
A atitude da cantora gerou polêmica nas redes sociais e foi comentada pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e pela professora e vencedora do Prêmio Jabuti, Bárbara Carine.
O MP-BA informou que recebeu a situação através da Iyalorixá Jaciara Ribeiro e do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O inquérito foi instaurado por meio da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
O procedimento vai apurar a “responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal”.
Fonte:g1.globo.com/ba
Claudia Leitte se manifesta após MP apurar se ela cometeu racismo religioso ao tirar nome de orixá de música — Foto: Joilson Cesar/Ag. Picnews