Operador oferecia recursos do deputado do Ceará a gestores públicos em troca de comissão
O suposto esquema de desvios de emendas parlamentares envolvendo o deputado federal Júnior Mano teria se espalhado por cerca de 50 municípios do Ceará, segundo fontes da investigação.
A PF (Polícia Federal) deflagrou uma operação nesta terça-feira (8), com busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados. Ele nega irregularidades e deve ser ouvido ainda nesta semana.
No Ceará, os mandados expedidos pelo ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), foram cumpridos em cinco municípios: Fortaleza, Baixio, Canindé, Eusébio e Nova Russas, cidade-natal do deputado.
A suspeita da PF, entretanto, não se limita a essas cidades – outras dezenas teriam sido foco da organização criminosa que, por meio de um operador, negociava emendas de Mano em troca de comissão.
Investigadores também apuram o uso de empresas de fachada para “lavar” os recursos ilegais, além da destinação dessa verba para financiar campanhas eleitorais em 2024.
Segundo a PF, uma articulação política e financeira “estruturou um sistema de corrupção baseado no direcionamento de emendas parlamentares, uso de caixa dois e manipulação eleitoral estratégica”.
A investigação teve início na superintendência da PF no Ceará a partir da denúncia da prefeitura de Canindé, mas foi remetida ao STF depois que Mano foi citado, devido à prerrogativa de foro.
Gilmar determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, para cessar a movimentação de valores ilícitos e garantir a futura reparação ao erário.
Fonte:www.cnnbrasil.com.br