Queda é de 6% em relação às 40,7 mil mortes violentas de 2023. RJ e SP não enviaram dados de dezembro. Para especialista, consolidação de conflito de facções criminosas e policiamento estão entre fatores para a diminuição.
O Brasil registrou um total de 38.075 assassinatos em 2024, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgados nesta sexta-feira (17).
Conforme atualização na plataforma do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), houve queda de 6% em relação a 2023, quando foram contabilizadas 40.768 mortes violentas intencionais.
São considerados como assassinatos os homicídios dolosos (quando há intenção de matar), feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Os dados são enviados pelos estados ao governo federal e são disponibilizados na plataforma.
Em 2024, o país registrou taxa de 17,9 mortes por 100 mil habitantes, número que era de 19,3 em 2023. O levantamento considera dados desde 2015, quando o Sinesp passou a divulgar os números em uma plataforma online.
Houve queda sequencial nos assassinatos nos últimos quatro anos, desde 2020, quando o país registrou 45.522 mortes — queda acumulada de 16% quando comparado a 2024.
Segundo a plataforma do ministério, o Rio de Janeiro não enviou os dados de dezembro de 2024 até a data da divulgação. Já Alagoas, Roraima e São Paulo não enviaram os dados por completo, com ausência de parte dos indicadores.
Para Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a queda de assassiantos está relacionada à consolidação de conflitos entre facções crimosas e o investimento do poder público (municípios, estados e governo federal).
“A série histórica é relevante, não se pode desmerecer. Agora, temos dois elementos que explicam: a reconfiguração das dinâmicas do crime, que opta por ganhar dinheiro; e tem a ver com policiamento ostensivo. Temos que valorizar a política pública”, afirma Lima.
Mortes pela polícia
Os dados de mortes violentas não incluem as mortes cometidas pelas polícias, que são chamadas pelo nome técnico de Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP). Este tipo de morte é contado separado dos assassinatos.
Em 2024, as polícias do país mataram 6.028 pessoas, segundo o Ministério da Justiça. Em 2023, foram 6.399 vítimas de policiais em todo país, o que indica redução de 6% em um ano.
Fonte:g1.globo.com
Equipe da perícia analisa cena de crime em Canoas (RS) — Foto: IGP/Divulgação