Decisão do PRD foi divulgada nesta terça-feira (14). Investigação contra o parlamentar aponta que o suposto grupo comandado por ele lavava dinheiro há mais de uma década.
O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha, teve a filiação com o Partido Renovação Democrática (PRD) suspensa após ser preso. A informação foi comunicada pelo PRD à TV Bahia nesta terça-feira (14), 11 dias após a prisão.
O parlamentar é suspeito de comandar uma milícia responsável por lavagem de dinheiro há mais de uma década. Ele está está custodiado em uma Sala de Estado-Maior, que fica no Centro de Observação Penal (COP), no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.
Segundo o PRD, a decisão da suspensão de Binho Galinha foi tomada em conjunto, e será mantida até o julgamento do mérito final do processo que envolve o deputado. A partir da quarta-feira (15), o gabinete do deputado deverá ser formalmente comunicado, e ele passará a estar “sem partido”.
O deputado estadual foi preso no dia 3 de outubro. Por dois dias, ele foi considerado foragido. Em 1º de outubro, a Operação Anômico culminou na prisão da esposa e do filho do deputado, além de outras sete pessoas.
Na sala onde o parlamentar está custodiado, há grades nas janelas, separada das celas comuns. É um direito concedido a algumas categorias profissionais — a exemplo de parlamentares —, e que também segue protocolos internos, como o banho de sol.
Em nota enviada após a prisão, o deputado estadual disse que tem colaborado com as autoridades e que confia na Justiça, destacando que “todos os fatos serão devidamente esclarecidos ao longo do processo”. Até a última atualização desta reportagem, ele ainda não havia se posicionado sobre a questão partidária.
A determinação da prisão de Binho Galinha foi resultado de um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a situação, mesmo com o foro privilegiado dele.
Ainda segundo apurou a TV Bahia, diferentemente de 2023, quando ocorreu a primeira ação contra o grupo, o STF entendeu que foro, por prerrogativa de função, se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Foi apontado ainda que os crimes ocorridos antes do cargo ou a ele não relacionados devem ser apurados e processados pelo juízo de primeiro grau.
No mandado, a juíza responsável pela decisão reforçou que, no caso do deputado, a maioria dos ilícitos investigados são anteriores ao seu mandato ou, se posteriores, não possuem relação com a função parlamentar.
Inclusive, em 2011, quando ainda não era deputado estadual, Binho Galinha chegou a ser preso em uma operação contra roubo de carros.
Fonte:g1.globo.com/ba