Cinco dias após fuga, nenhum dos 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis foi recapturado pela polícia. Três suspeitos de invadir unidade morreram e dois foram presos.
Mais de 60% dos presídios da Bahia registram mais detentos que a capacidade. Entre deles está o Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul do estado, onde 16 presos fugiram na quinta-feira (12). Até esta quarta (18), nenhum deles foi recapturado.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), das 27 unidades prisionais da Bahia, 18 estão superlotadas. Juntas, essas cadeias têm menos de 11 mil vagas (10.954), mas a população carcerária do estado é de 13.604 detentos. Ou seja, são 2.650 presos acima do que o sistema comporta.
O Conjunto Penal de Feira de Santana tem capacidade para 1.280 presos, mas abriga 1.946 internos, 666 acima do que deveria. Na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, são 1.409 presos, o que significa 509 detentos além do limite, que é de 900.
O Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, está com praticamente o dobro da capacidade máxima: são atualmente 608 detentos, sendo que comporta 316.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Reivon Pimentel, a quantidade de agentes contratados no estado não é suficiente para fazer a segurança da unidades, por causa da superlotação nas unidades.
“Hoje, em média, é 60 presos para cada policial penal, quando a recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é de que haja, para cada grupo de cinco presos, um policial penal”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Reivon Pimentel.
A Comissão de Sistema Prisional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Bahia acompanha com preocupação o atual cenário e cobra medidas.
“Existe um déficit muito grande de policiais penais e nós precisamos aumentar o quadro e muito. Depois, melhorar todos os sistemas, criar vagas e unidades”, afirmou o presidente da Comissão de Sistema Prisional da OAB-BA, Vinícius Dantas.
Fonte:g1.globo.com
Foto: Sinspeb