O Projeto de Lei (PL 1941/2022) que reduz para 21 anos de idade a realização de vasectomia ou laqueadura foi sancionado pelo Presidente da República conforme publicação em Diário Oficial (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14443.htm). O urologista Eduardo Cerqueira faz alguns alertas para a questão de uma decisão definitiva ser tomada numa idade tão jovem, mas comemora junto à sociedade um ponto que ele considera muito importante: a lei agora dispensa a necessidade de autorização do cônjuge para a realização de um ou outro procedimento.
A liberdade de gerir as próprias decisões sobre seus corpos, para Eduardo Cerqueira, é sim algo que precisa ser comemorado, a mulher vai poder realizar a laqueadura no mesmo momento do parto e não em outro procedimento cirúrgico com nova internação e outra anestesia, e também traz vantagens aos homens que não mais dependerão do aval da companheira para decidir pela esterilização voluntária. De acordo com o médico urologista, a vasectomia é um dos métodos contraceptivos mais efetivos que existe. Isso porque o procedimento faz com que o homem não tenha mais nenhum espermatozoide na ejaculação. Em outras palavras, o homem torna-se estéril após submeter-se à vasectomia.
Eduardo Cerqueira alerta para o fato de a vasectomia ser um procedimento contraceptivo feito com o objetivo definitivo e que, portanto, “o paciente tem que ter a certeza de que é aquilo realmente que ele quer e que não tem interesse de, mais para frente, voltar a ter fertilidade”, salientou o médico. A idade mínima na legislação antiga era, para quem desejava fazer a vasectomia era de 25 anos de idade ou que tivesse dois filhos. Com a nova lei, a idade exigida passa para 21 anos. A lei entendia que o planejamento familiar é do casal. Com a nova lei, passa a ser um entendimento pessoal.
“O indivíduo não quer ter filhos, ele tem o direito de escolha. Ele precisa ter o direito de fazer o procedimento. É importante desburocratizar. Desengessar. Mas a população precisa ter muita clareza na hora de tomar essa decisão, porque eu percebo que nessa faixa etária tem muitos pacientes que não têm uma clareza real do que significa um procedimento desse. Às vezes a pessoa tem 21 anos de idade e acha que não vai querer ter mais nenhum filho.
Eu já atendi pacientes assim. Mas ele precisa imaginar que aos 35 pode encontrar uma mulher que queira muito ter um filho e ele já estará com procedimento definitivo. É preciso sim ser pesado pelas pessoas e investir em uma campanha de esclarecimento nesse ponto”, frisou o urologista.
Eduardo Cerqueira explica que a vasectomia é um procedimento rápido, dura em média cerca de 20 minutos e pode ser feito com anestesia local ou sedação para conforto do paciente. As taxas de complicação são muito baixas e a recuperação é muito tranquila, assim como o próprio procedimento. “A gente pede sete dias para o paciente voltar a fazer qualquer coisa: atividade sexual, atividade física, academia e ele volta pra casa no mesmo dia”.
A única implicação da vasectomia é a remoção dos espermatozoides durante a ejaculação. O prazer sexual não é afetado, pois não existe nenhum tipo de redução de sensibilidade, não havendo comprometimento nem durante o ato sexual nem durante a ejaculação. Isso porque o corte do ducto deferente não compromete nenhuma terminação nervosa do saco escrotal nem do pênis, assim como não reduz a capacidade do organismo de produzir testosterona. “Da mesma maneira, não há comprometimento na potência sexual masculina. Muitos homens pensam que a vasectomia pode ser um risco de impotência. No entanto, não existe nenhuma relação entre a cirurgia e a capacidade do pênis de manter-se ereto”.
Fonte: Agência Viver Mais Comunicação Integrada
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