Nove das 21 metralhadoras que foram furtadas por militares, em setembro, de um quartel do Exército em Barueri (SP), foram encontradas na madrugada deste sábado (21).
As nove metralhadoras do Exército que foram encontradas na madrugada deste sábado (21), em São Roque (SP), estavam no lamaçal de uma área de mata (veja o vídeo acima). Foram recuperadas quatro metralhadoras calibre 7,62 e cinco metralhadoras calibre .50 – conhecidas por poder de fogo e alcance para derrubar até aeronaves. O conjunto faz parte das 21 armas que foram furtadas por militares, em setembro, de um quartel do Exército em Barueri, Grande São Paulo.
“As armas são muito pesadas e de difícil locomoção. Então elas estavam escondidas lá, dentro da lama, molhadas. E os indivíduos que estavam lá iam carregar um veículo com as armas. Só que nós chegamos antes”, disse o delegado Marcelo Prado, titular do 1º DP, de Carapicuíba, em entrevista ao g1.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que a polícia conseguiu apurar que o armamento seria entregue para criminosos entre esta sexta-feira (20) e sábado (21), em São Roque, e enviou uma equipe até o local.
“Surgiu a informação de que ontem [sexta-feira] haveria um carregamento de armas naquele local. Nós fizemos a diligência rapidamente e confirmamos. Os indivíduos nos receberam já armados. Efetuaram disparos contra os policiais que estavam na viatura. Os policiais revidaram. A viatura foi bastante alvejada por disparos de arma de fogo e esses indivíduos acabaram fugindo, num lugar bem ermo, escuro, à noite, numa estrada de terra”, disse Marcelo Prado ao g1. Ninguém ficou ferido.
Na última quinta-feira (19), mais oito armas já tinham sido localizadas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro. Das 17 metralhadoras recuperadas, outras quatro continuam desaparecidas e são procuradas pelas autoridades.
Em entrevista à TV Globo, o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, disse que as metralhadoras voltarão para o Exército após perícia da polícia.
O general ainda afirmou que não será feito um esquema especial para proteção das armas.
Relembre o furto de armas
O furto de 13 metralhadoras calibre .50 e de oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra São Paulo (AGSP), em Barueri, só foi verificado pelo Exército no último dia 10 de outubro.
Desde então, o órgão passou a investigar internamente e sozinho o desaparecimento delas e impediu a saída da tropa do quartel. Inicialmente, cerca de 480 militares foram impedidos de irem para casa e tiveram seus celulares confiscados. Mas 320 foram liberados e até este final de semana, 160 continuavam “aquartelados”.
O Exército constatou ainda que mais de três militares participaram do crime. A suspeita é de que eles foram cooptados por facções interessadas em comprar as metralhadoras para usarem em ações criminosas.
Foto: Johan Carlos/TV Globo
Investigação
O Exército investiga se pelo menos três militares do quartel de Barueri, na Grande São Paulo, participaram do furto das 21 metralhadoras de guerra a pedido de facções e se as armas começaram a ser retiradas do local a partir do feriado de 7 de setembro.
As informações acima foram confirmadas pela TV Globo e g1 com fontes ligadas à investigação e também parentes dos militares que continuam impedidos de sair do Arsenal de Guerra depois que o desaparecimento delas foi confirmado.
Até a última atualização desta reportagem, cerca de 160 militares estavam “aquartelados” no quartel desde a semana passada. Todos tiveram seus celulares confiscados e estavam trabalhando entre os dias 6, 7 e 8 de setembro.
Antes, aproximadamente 480 tinham sido “retidos” inicialmente. Mas na terça-feira (16) 320 deles foram “soltos” para voltarem para suas casas. Mais de 50 militares já foram ouvidos pelo Exército no Inquérito Policial Militar (IPM).
Fonte:g1.globo.com
Nove armas foram encontradas na lama em São Roque, interior paulista, segundo a polícia — Foto: Divulgação/Polícia Civil