Inquérito detalha um suposto esquema de desvio de armas que terminou com tortura e morte de duas pessoas em 2024. Uma das vítimas não tinha envolvimento com a criminalidade.
A investigação realizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Corregedoria da Polícia Civil sobre um suposto esquema de desvio de armas, coordenado por policiais, em 2024, terminou com a morte de duas pessoas. Uma das vítimas não tinha envolvimento com a criminalidade.
A denúncia, a qual o g1 teve acesso, apura detalhes de uma ação policial, realizada no dia 11 de julho de 2024, para encontrar um esconderijo de armas e drogas que pertencia a um integrante de facção criminosa. O local estava em um matagal de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e abrigava cerca de 20 fuzis, além de pistolas.
Conforme a denúncia do MP-BA, Joseval Santos Souza – conhecido como “maquinista” e que respondia por tráfico de drogas – e Jeferson Sacramento Santos, enteado dele, que não tinha histórico de crimes, foram levados por grupo de policiais até o local onde as armas estavam escondidas. Joseval atuou como informante do denunciado capitão Dórea, enquanto Jeferson teria permanecido no carro dele durante toda a ação.
Os dois foram encontrados mortos alguns dias depois, com sinais de tortura e perfurações por disparos de arma de fogo. Eles foram encontrados após a movimentação de familiares, que procuraram em hospitais da região e os encontraram no Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues.

Vítimas são Joseval Santos Souza (à esquerda) e Jeferson Sacramento Santos (à direita). — Foto: Reprodução/TV Bahia
Policiais do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Coordenação de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil da Bahia, participaram da ação e teriam mantido parte das armas encontradas, sem registro. Na época, os agentes declararam à imprensa baiana que foram apreendidas uma submetralhadora, seis fuzis e mais mil munições.
Foram formalmente denunciados:
Roque de Jesus Dórea, capitão do Departamento Pessoal da Polícia Militar, conhecido como “capitão Dórea”;
Jorge Adisson Santos da Cruz, ex-policial militar, demitido por envolvimento em crime de extorsão, mediante sequestro seguido de morte, em 2015;
Ernesto Nilton Nery Souza, soldado da Polícia Militar, lotado no bairro da Liberdade.
Fonte:g1.globo.com/ba
Investigação detalha atuação de policiais civis e militares da Bahia em esquema de desvio de armas — Foto: Foto: Divulgação/Depom