Únicas 20 vagas para crianças com a doença no estado ficam em Salvador
Os leitos clínicos pediátricos para tratar a covid-19 alcançaram 100% de ocupação na Bahia, nesta quinta-feira (24). São 20 leitos no estado e todos ficam em Salvador. Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) distribuiu o primeiro lote de vacinas para aplicação em crianças de seis meses a 2 anos, enviado pelo Ministério da Saúde (MS) com 70 mil doses. A capital, segundo a prefeitura, começará a imunização desse público em breve.
O último boletim epidemiológico da Sesab, divulgado no começo desta semana [os dados agora são semanais e não mais diários], apontou crescimento de 195,3% de casos de covid-19 no estado, na comparação com a semana anterior. O número de casos ativos da doença chegou a 1.260, o que representa aumento de 51,2%. Foram cinco mortes notificadas nesse período. A aproximação do Verão com as aglomerações típicas da estação preocupa as autoridades.
Especialistas apontam que a vacinação é a principal arma de proteção contra o vírus que já matou 30.820 pessoas na Bahia, mas apenas 15% das crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose (D1). A segunda dose (D2) alcançou somente 5% do público. A Sesab ainda não tem dados sobre a aplicação da vacina em pessoas menores de 3 anos. Entre o público de 5 a 11 anos, 72% tomaram a D1 e 50% receberam a D2.
O professor de Medicina, Biomedicina e Farmácia da UniFTC, Lucas Santana, explica que a vacinação é importante para melhorar a qualidade de vida e a saúde física e mental das crianças. Ele acredita que a baixa adesão está atrelada a notícias falsas sobre a imunização e frisou que os boatos atrapalham outros processos e áreas da saúde.
“Os pais devem procurar uma unidade de saúde e vacinar as crianças. As novas variantes têm aumentado o número de casos nesses grupos e os estudos mostram resultados positivos da imunização, por isso, é preciso que haja esse estímulo. A vacina está relacionada também a saúde mental e emocional das crianças, que quando ficam isoladas, sem poder ir à escola, desenvolvem ansiedade e outras questões”, explicou.
O número de leitos adultos e pediátricos foi ampliado durante o período mais intenso da pandemia. Em Salvador, tendas foram montadas e unidades de saúde transformadas em hospitais de campanha, o que multiplicou a quantidade de leitos, mas com a queda nas internações, esses equipamentos foram desmobilizados. Atualmente, a Bahia tem 145 leitos clínicos adultos (72 ocupados) e 20 pediátricos (todos ocupados).
As novas variantes da Ômicron têm por característica provocar sintomas mais leves, por isso, a taxa de ocupação das UTIs tem ficado abaixo da metade. Em todo o estado, os leitos adultos têm 46% de ocupação e os pediátricos têm 40%. Mesmo assim, a estudante Daniela Silva, 25, não se descuida. “Estou usando máscara em ambientes fechados, tomei as vacinas e vou vacinar minha filha quando for autorizado, ela tem um ano e meio”, disse.
Medidas mais duras
Tanto o governador Rui Costa (PT), quanto o prefeito Bruno Reis (UB) disseram essa semana que estão monitorando o avanço da pandemia, mas descartaram adotar medidas mais duras nesse momento. Na terça-feira (22), na assinatura de protocolos de intenções para investimento de R$ 8 bilhões na Bahia, o governador disse que determinou a ampliação dos leitos do Hospital Espanhol se houver aumento na demanda.
Fonte:www.correio24horas.com.br