Empresas se comprometeram a encaminhar ao órgão os documentos que comprovam os créditos dos valores e o custeio do retorno para casa.
Em audiência realizada nesta terça-feira (7), a BYD e as três empresas contratadas para a construção da fábrica da montadora no município de Camaçari, na Bahia, informaram que todos os 163 trabalhadores chineses resgatados de trabalho análogo à escravidão já receberam os valores referentes à rescisão dos contratos e retornaram para a China.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), as empresas se comprometeram a encaminhar ao órgão os documentos que comprovam os créditos dos valores e o custeio do retorno para casa.
A proposta de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que seria apresentada nesta audiência, ficou para a próxima semana, quando o relatório da fiscalização realizada no canteiro de obras estará finalizado. A data não foi detalhada.
O g1 entrou em contato com a BYD para pedir um posicionamento acerca do caso e aguarda retorno.
A audiência realizada nesta terça, com a presença das empresas e órgãos públicos, é a segunda em que o MPT e os órgãos que fizeram a operação de fiscalização, realizam com as empresas.
Durante a inspeção, ficou constatada a ocorrência de trabalho análogo ao de escravos e tráfico internacional de pessoas com fim de submissão ao trabalho escravo. Foram resgatados 163 trabalhadores, imediatamente afastados do trabalho e alojados em hotéis da região até que fossem providenciadas as passagens de retorno para a China.
Também foram interditadas as cozinhas de dois alojamentos, uma serra e uma área de escavação profunda no canteiro.
Segundo o MPT, o relatório final da fiscalização, com todos os detalhes da operação e a lista das irregularidades identificadas, não ficou pronto a tempo de ser apresentado na audiência desta terça.
O relatório será encaminhado às empresas nos próximos dias junto com uma minuta de TAC, que deverá ser analisado e discutido em nova audiência a ser agendada.
Antes disso, as empresas deverão comprovar os pagamentos feitos aos trabalhadores resgatados e o custeio de sua viagem de retorno.
Fonte:g1.globo.com