O documento afirma que o mundo está longe de erradicar a fome até 2030
Um estudo de cinco agências da ONU aponta que cerca de 8,4 milhões de brasileiros passaram fome no Brasil entre 2021 e 2023. Os dados mostram ainda que o índice de insegurança alimentar foi de 39,7 milhões, sendo que 14,3 milhões estavam em estado severo. As informações são da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), presentes no relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”.
Comparado à última edição que abrangeu o período de 2020 a 2022, o Brasil apresentou melhorias. Em termos específicos, o número de brasileiros em estado de desnutrição — aqueles cuja dieta não atinge os níveis mínimos de consumo de energia, o que é considerado como fome pela ONU — era de 10,1 milhões. Enquanto isso, a quantidade total de pessoas enfrentando insegurança alimentar era de 70,3 milhões.
No entanto, a situação de insegurança alimentar no Brasil ainda supera os números do período entre 2014 e 2016, quando aproximadamente 27,2 milhões de pessoas estavam nessa condição.Por conta desses dados, o Brasil ainda continua no Mapa da Fome. O país chegou a sair em 2014, quando era governado por Dilma Rousseff (PT), mas retornou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, os dados “nos deixam ainda mais confiantes de que iremos retirar o Brasil do Mapa da Fome no triênio 2023 a 2025. No dado de subnutrição referente apenas a 2023, baixamos de 4,2% para 2,8% em um ano. Cresceu a chance de alcançar média trienal abaixo de 2,5%”.
Fome no mundo
Há uma prevalência global de subnutrição em nível semelhante por três anos consecutivos depois de ter aumentado acentuadamente após a pandemia de Covid-19. O documento afirma que o mundo está longe de alcançar o objetivo de desenvolvimento sustentável (ODS-2) de erradicar a fome até 2030.
“Entre 713 e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado a fome em 2023 – uma em cada 11 pessoas no mundo, e uma em cada cinco em África”, diz o relatório. São diferentes motivos que impactam os povos em maior vulnerabilidade, como conflitos, mudanças climáticas, desacelerações econômicas e as recessões.
Fonte:ultimosegundo.ig.com.br