Fazendeiros e comerciantes cercaram a área com dezenas de caminhonetes e, sem decisão judicial, tentaram recuperar a propriedade. A mobilização aconteceu na região de Potiraguá.
A ação que resultou na morte da indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, no sul da Bahia, foi organizada por cerca de 200 fazendeiros por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp, em um grupo autointitulado “Invasão Zero”. As informações são do Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
De acordo com o MPI, a mobilização aconteceu na Fazenda Inhuma, na região de Potiraguá. A área foi ocupada por indígenas no último sábado (20), por ser considerada pelos Pataxó Hã Hã Hãi como de ocupação tradicional.
No entanto, os fazendeiros e comerciantes cercaram a área com dezenas de caminhonetes e tentaram recuperar a propriedade, sem decisão judicial. Na mensagem que foi distribuída por meio do Whatsapp, os fazendeiros informaram que a convocação seria em “caráter de urgência” para ação de reintegração da propriedade invadida. Eles também marcaram o Rio Pardo, na entrada de Pau Brasil, no sul da Bahia, como ponto de encontro.
Dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Maria Fátima Muniz de Andrade. O cacique Nailton Muniz Pataxó também foi baleado, mas sobreviveu.
Um indígena que portava uma arma artesanal, também foi detido. Segundo a Polícia Militar, um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável. De acordo com a PM, ao menos outras sete pessoas ficaram feridas.
Entre os feridos está uma mulher que teve o braço quebrado. Outras pessoas que se machucaram foram hospitalizadas, mas não correm risco de morte.
Protesto na BR-101
Na manhã desta segunda-feira (22), integrantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) interditaram trechos da BR-101, nos municípios de Teixeira de Freitas, Itamaraju e Itabela, no sul e extremo sul da Bahia.
Em nota, o MST informou que cerca de 500 famílias participaram da ação, se solidarizou com o povo Patoxó Há-Há-Háe e pediu celeridade nas investigações. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trânsito foi liberado após mais de uma hora de interdição na rodovia.
Fonte:g1.globo.com
Situação aconteceu durante a ação de um grupo intitulado Movimento Invasão Zero — Foto: Reprodução/Redes Sociais